terça-feira, 1 de novembro de 2016

#eunoespelho - Inspirado na carta da Mônica Salgado na Glamour de Novembro


Se você não leu o texto da Mônica Salgado Filho na Glamour desse mês, vale a pena ler, eu chorei muito durante a leitura, se chama #eunoespelho e acho que todas as mulheres deveriam escrever uma carta para o seu espelho, inspirada na ideia dela, aqui vai a minha carta para o espelho.

Querido espelho, começo minhas lembranças em relação à você, lá pelos meus 4 anos, na antiga penteadeira da minha avó, com um grande espelho, era ali que eu passava horas, fingia me maquiar, fingia me arrumar, fingia ser uma mulher inteligente, famosa, linda e importante.
Gostava de deitar na cama e me olhar de ponta cabeça, ali meus cabelos pareciam mais longos, já que minha avó fazia um corte tigela naquele cabelo preto e liso que me fazia parecer um menino com cara de índio, brutalmente apelidada da escola de Juruna (um político que vivia na época, anos 80).

Via ali, além da cara de menino, pernas finas, uma magricelisse total ressaltada também na escola com o apelido de Olivia Palito, era tudo que uma menina precisava, o apelido de Juruna Palito, muitas vezes quis fugir.

Os anos se passaram e toda vez que eu olhava pra você, me imaginava com longos cabelos loiros e um pouco mais gordinha, talvez.

Logo na primeira paixãozinha, os meninos insistiam em me lembrar aquilo que você me mostrava todos os dias: Que eu era uma magrela sem graça.
Cresci longe da minha mãe com poucas referências maternas e femininas, em uma família com 4 homens entre pai,  tios, avô e uma senhora idosa como "mãe" estranho muito ser como eu sou hoje.

Durante anos olhava para você e pensava em como seria ser uma mulher bonita, elegante, importante e menos magra. É espelho, já deu para perceber que me importava muito com a minha magreza, que ironia heim?

Mesmo diante de tantas informações de beleza que eu prestava atenção, hoje ao me lembrar de você encontro uma curiosidade, sempre tive uma grande autoestima, exceto naquela fase de adolescente que ninguém se gosta, mas acredito que para mim ela passou rápido.

Não que eu me amasse assim tão profundamente, mas toda vez que eu olhava para você, eu me via exatamente como eu era, mas sempre achei que um cabelo loiro, um pouco de maquiagem e quem sabe um suplemento alimentar para ganhar uns quilinhos a mais poderiam completar os detalhes que me incomodavam.

Muita gente até hoje não me compreende, talvez até achem que sou tão vaidosa por baixa autoestima, mas hoje, eu entendo perfeitamente porque sempre vivemos em harmonia.
Os detalhes que eu pude mudar, mudei! Ah! Meus cabelos, sim, estão loiros me encontrei quando pude trocar sua cor, um detalhe aqui, outro ali, melhorei sim.

Não porque tenho uma luta para ficar perfeita, mas porque entendo que sou assim. Vivemos em paz, você e eu, aprendi isso desde os 4 anos, quando passava horas olhando para você, batendo papo, reclamando da minha Jurunisse Magricela e imaginando como eu seria quando fosse adulta, e adivinhe? Eu imaginei exatamente como eu sou hoje. 

Quando engravidei, não me olhava gorda, nem feia, apenas via a mesma pessoa de sempre e para não ter essa visão um dia e dizer: Nossa, como eu estava feia grávida! Simplesmente não tenho foto. Aquela não era eu, era apenas uma fase de mim, por isso não sinto falta. 

Apesar de não gostar da magreza, que se foi faz cerca de 6 anos, dando lugar ao excesso de peso, a volta do peso normal, a busca da minha saúde, o peso nunca foi minha principal meta.

Eu queria ser importante, uma mulher inteligente, bem resolvida, independente, bem sucedida e claro muito amada. Sucesso é encontrar aquilo que se gosta e batalhar por aquilo, então espelho, acho que estou no caminho certo. Entre muitas maquiagens e produtos para os cabelos, caro amigo, sempre fui mais eu, porque apesar de adorar isso tudo, é o que tem por baixo que eu amo muito e que você fez questão de me mostrar a vida toda, que tudo que preciso é da minha força para lutar pelo que acredito uma base, um pouco de blush, batom e pó para não chegar ao topo de cara lavada.

Não sou melhor do que ninguém, apenas tive a sorte de focar no espelho e encontrar logo cedo o que poderia ser o meu melhor, não esteriótipos de mulheres perfeitas e sim a pessoa que teria força suficiente para batalhar todos os dias para encontrar o seu melhor, eu não foquei na beleza, foquei na felicidade de ser a mulher forte que eu gostaria de ser.

No meu caminho encontrei e encontro mulheres lindíssimas, e elas sempre me inspiraram à ter força para seguir adiante na busca do meu melhor. Nunca é tarde, sei que todas as pessoas podem fazer as pazes com seu amigo espelho em vez de ficar mal com ele, basta olhar sua alma antes de ir para frente dele. Vale a pena porque esse espelho é a sua realidade.

Obrigada espelho por ter olhado em meus olhos desde cedo e me contado que eu seria aquilo que eu lutasse para ser.

Sempre lutei para ser feliz e não mais bonita.






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