quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Salvem as revistas - Elas estão morrendo

Quanto tempo faz que você não lê uma revista? Se faz pouco tempo que leu, como você se sentiu em relação aos seus conteúdos?


Tenho me sentido incomodada toda vez que pego uma revista para ler, exatamente isso, quando pego uma revista quero LER seu conteúdo.

Sou adepta do bom e velho papel, gosto de ter uma revista ou um livro em minhas mãos, confesso que é um prazer cada novo exemplar que posso pegar.

                                               

Quando despontei para a adolescência, juntava meu dinheirinho e no dia que podia ia ávida para a banca de jornal folhear todas as revistas para ver qual levaria para casa. Como sempre tive uma tendência ao mundo da beleza, enquanto minhas amigas liam Capricho, lá estava eu com a minha revista Nova ou Cláudia nas mãos, não tinham muitas então me sobravam essas duas opções.

Confesso que esperava o mês inteiro e não deixava a moça da banca em paz enquanto a revista daquele mês não chegasse, fica muito ansiosa.

Apesar de terem chamadas que pareciam fúteis, seus conteúdos eram diversificados e falavam dos acontecimentos da vida feminina, dicas de relacionamentos, curiosidades, utilidades e claro davam dicas de beleza. Entre tantas matérias, tinha lá algumas publicidades claro, afinal é disso que vive uma revista, mas, basicamente seus conteúdos eram informativos.


Tempos Modernos

Nos dias de hoje, confesso que nem me lembro que existem as pobres revistas, tamanha é a rapidez da informação transmitida por milhares de sites na internet, até eu tenho o meu.
Mas vez ou outra vou a banca de jornais procurar revistas que eu possa tocar, folhear e ler artigos que até então eu não sabia.
E ai é que entra a minha tristeza, as matérias estão cada vez mais reduzidas, menos trabalhadas e mais escassas.
Ao pegar a nova Glamour ontem, as 10 primeiras páginas eram de publicidade.
Confesso que chorei ao ler o texto da Mônica Salgado Filho chamado #EUNOESPELHO e confesso que me senti tentanda a fazer o meu próprio, assunto do próximo Post...

Voltando ao assunto, por mais que eu ame revistas e sei que com cada vez menos pessoas pagando por elas e com tantos empregos para segurar ela tenham que se entregar a total comercialização de suas páginas, sinto sempre que elas ficaram me devendo alguns textos.
Faltam matérias interessantes, consistentes que se aprofundem nos assuntos, a revista pode e deve ser uma utilidade.

Você pode estar achando que estou falando só da Glamour, Nova, Cláudia, mas não, estou falando de inúmeras revistas de inúmeros seguimentos.

Creio que apesar da massificação da internet, as revistas tem a obrigação de não copiar a fórmula dos blogs e sites onde menos é mais.

Quando entro num site ou blog, escaneio o texto, absorvo o que me é útil e parto para o próximo, isso não acontece com uma revista, uma vez que ela está nas minhas mãos, não quero só virar as páginas lendo títulos e vendo fotos, quero assuntos e textos que me prendam, que me causem curiosidade, que me informem. Para mim essa é a diferença de um conteúdo digital e de um conteúdo impresso, poder ler totalmente aquele exemplar que está em minhas mãos.

Revistas por favor não copiem 100% a fórmula dos Sites ou Blogs, mantenham sua essência.

Para mim outro ponto critico é a quantidade de propagandas inseridas nas revistas, algumas contabilizei mais de 70% apenas formadas por anúncios, quando o esperado por mim é pelo menos 70% de conteúdo para 30% de anúncios.
Mas acho que esse é o ponto mais triste de tudo.
Enquanto o número de leitores que compram as revistas cai, a proporção necessária de anúncios para equivaler os custos para sobrevivência da mesma vai aumentando e começa ficar muito difícil para as editoras manterem-se de pé.

Não acredito que jornalistas tenham ficado preguiçosos a ponto de não se empenharem mais em seu trabalho, talvez estejam desanimados. Algumas vezes uma blogueira resume em um post assuntos que lhe tomaram um grande tempo de trabalho  e aquela matéria que lhe parecia tão certeira perde todo seu Glamour.

Onde está o diferencial da revista e do Jornalista então:

Respondo já!

Todo jornalista que trabalha para uma revista recebe para isso, tem sua renda garantida então pode e tem obrigação de se aprofundar, pesquisar, entrevistar, entrar a fundo na matéria e nos trazer o que há de mais real, profundo e informativo dela.

90% das blogueiras não vivem do blog, não tem tempo e nem condições de trabalhar a fundo em um conteúdo dedicando dias ou semanas à ele, o que ela faz é expressar através de suas vivências e experiências suas ideias e impressões sobre determinado tema.

"Existe mercado para todo mundo, cabe ao jornalista encontrar o diferencial e trabalhar com afinco nele."

Não sei dizer se as revistas realmente vão morrer, desejo do fundo do meu coração que não, já fui redatora de um jornal por alguns anos e espero de coração ter a oportunidade de escrever periodicamente para uma revista, mas tenho em mente que o trabalho será bem diferente do que faço aqui hoje, sei que é um desafio muito maior e espero que jornalistas competentes mantenham o foco na qualidade dos textos que produzem para que as revistas sobrevivam enquanto existir papel ou qualquer outro meio de comunicação que possa existir.





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